quarta-feira, 25 de abril de 2012

MEU(MINHA) FILHO(A) MOSTRA-ME O CAMINHO

                   Se pudéssemos aceitar a morte do(a) nosso(a) filho(a)...Se conseguíssemos entendê-la sem enlouquecer de angústia... 


          Vamos para sempre ser vulneráveis a esta perda. 
         A nossa vida passa correndo mas com a dor torna-se espessa e vagarosa até ao dia em que percebemos que o tempo não tem tempo.

        Passam os anos e quando paramos para lembrar parece que foi ontem. Reparem: Ao olharmos para trás já nem nos lembramos de como éramos em crianças...Da nossa adolescência ficaram só pequenos pontos na nossa memória. Tudo é lembrado, por vezes, por fotos guardadas pelos nossos pais ou por nós. É angustiante ficar para sempre interrogando como seria se... Não há retorno...não podemos resolver nada do passado...é como um copo partido, nunca mais nele podemos saciar a nossa sede, mas, a água continua a dar-se através de outros copos ou mesmo com as nossas mãos em concha. É tudo uma questão de vontade.

        Sinto, por vezes, uma dor muito fina quando lembro e sinto viva a ausência desse(a) filho(a) que tanto amei e  então simplesmente fujo... Quero que ele(a) esteja em mim como uma criança que constantemente me mostra o caminho mais simples para continuar:.a serenidade, o amor, a amizade.

        Tudo é efemero... É preciso acreditar que a tranquilidade virá. Venceremos um dia a distância...é preciso dar tempo.



(Texto de: Aida Nuno, modificado por Liane T. Caron)

domingo, 22 de abril de 2012

sexta-feira, 20 de abril de 2012

AMIGOS(AS)




As tragédias e situações tristes são aquelas que mais nos fazem retroceder no tempo, e nos tornam prisioneiros dessas lembranças. Quando perdemos um filho, ou filha, isso dura para sempre, só acaba quando for nossa vez de partir. É aí que entra essa corrente de solidariedade, as manifestações amigas, e o resultado que isso causa em nossa auto-estima, fator fundamental para que possamos enfrentar esses momentos adversos. São manifestações que atuam em nossa cabeça como elementos fortificantes, tonificadores, e servem para que possamos avaliar a importância da vida e de como podemos aprender a viver, apesar das perdas que retiram de dentro de nós algumas substâncias que nos fazem falta. Ou até mesmo, nos sentimos como se tivéssemos perdido um pedaço de nós mesmos. Na verdade é isso mesmo que ocorre quando se perde um filho.


Mas é também verdade que nossas vidas continuam, e, assim como por outro tipo de fatalidade algum indivíduo perde parte de seu corpo e luta para sobreviver com o que lhe resta, também nós que perdemos entes queridos sabemos que devemos seguir adiante, superando essas perdas. Embora jamais as esqueceremos, sempre nos lembraremos e nunca nos faltarão lágrimas para vertermos por suas lembranças.


Mas, caros amigos e amigas – os que eu conheço pessoalmente, e os que a rede social me possibilitou conhecer de longe – tenham certeza que o fortificante para suportarmos isso vem das manifestações de carinho, apreço e solidariedade. Por isso, dedico a todas as pessoas queridas que me enviaram suas mensagens, pelo facebook, por email, ou por telefone (e aquelas que se irmanam comigo no pensamento, que são e sempre serão meus (minhas) amigos (as).


(P.S. Faço das palavras do Romualdo as minhas palavras, pois, descrevem exatamente o que sinto, e que se não fossem minhas novas amigas da mesma dor me amparando, talvez eu já não estivesse mais aqui. O meu muito obrigada a todas vocês que me ampararam desde o dia que aconteceu a minha tragédia até hoje. Meu carinho e afeto por todas vocês).


Parte integrante do texto "Amigo(a) é coisa Prá se Guardar, no Lado Esquerdo do Peito" de Romualdo Pessoa - Professor de Geopolítica no Instituto de Estudos Sócioambientais da Universidade Federal de Goiás (IESA-UFG) - Perdeu sua filha Ana Carolina Oliveira Campos em 13 de Dezembro de 2007 com 10 anos de idade.

terça-feira, 17 de abril de 2012

ENXUGAR LÁGRIMAS



Por mais que se diga que a morte faz parte do ciclo da vida, sempre temos a impressão de que ela chega cedo demais, surpreendendo nossos sentimentos e atitudes, nossa vida toda. 

Por mais que se diga que a morte não mata o amor, quando a separação física acontece e sem a possibilidade de retorno, nossa sensibilidade estremece e precisamos da ajuda dos amigos. 

Por mais que se diga que a alma é imortal e a vida continua, quando temos que devolver ao Céu uma pessoa querida, nossos sentimentos tão humanos afloram confusos em variadas gamas. 

Sei que você acredita, sim, na vida eterna, acredita que Deus é Pai e nós somos filhos amados... mas você precisa de um tempo para se adaptar a esta nova fase da vida, sem aquela pessoa querida que lhe deixou bens genéticos, espirituais, culturais e materiais. 

Que Deus acolha seus sentimentos e suas preces feitas de silêncio e lágrimas! Que Deus ilumine você e a cada um de sua família nas decisões que devem tomar e que as bênçãos do Céu sejam ainda mais abundantes! 

Que a saudade, a tristeza, raiva, o medo e a insegurança sejam apenas o paciente prenúncio de um revigorar na fé, na compreensão da vida, na esperança e no amor! 

Que possa chorar o tempo, enquanto descobre as razões para enxugar suas lágrimas! Cristalinas e silentes, elas são preces que sobem ao Céu, orvalhando os caminhos percorridos, lavando lembranças, purificando a alma. 

Ensine sua SAUDADE a abraçar a ESPERANÇA de um encontro feliz e esteja atenta para receber os PRESENTES que vêm do CÉU! 

Que você tenha sonhos lindos e que a realidade acolha a sua dor e lhe devolva flores de SERENIDADE e PAZ 



Quando penso no Céu, procuro vislumbrar o encanto de tantas pessoas, que nem se conheceram aqui na Terra e têm a oportunidade de se encontrarem na eternidade. 

(Texto de: Irmã Zuleides Andrade)


domingo, 8 de abril de 2012

ORAÇÃO DE PÁSCOA


Páscoa significa renascimento, renascer.
 Desejo que neste dia, em que nós cristãos, comemoramos o seu renascimento para a vida eterna, possamos renascer também em nossos corações.
 Que neste momento tão especial de reflexão possamos lembrar daqueles que estão aflitos e sem esperanças. 
Possamos fazer uma prece por aqueles que já não o fazem mais, porque perderam a fé em um novo recomeçar, pois esqueceram que a vida é um eterno ressurgir.
 Não nos deixe esquecer que mesmo nos momentos mais difíceis do nosso caminho, tú estás conosco em nossos corações, porque mesmo que já tenhamos esquecido de ti, você jamais o faz. 
Pois, padeceste no martírio da cruz em nome do Pai e pela humanidade, que muitas e muitas vezes esquece disso. 
Esquecem de ti e do teu sacrifício. 
Quando agridem seu irmão, Quando ignoram aqueles que passam fome, Quando ignoram os que sofrem a dor da perda e da separação, Quando usam a força do poder para dominar e maltratar o próximo, Quando não lembram que uma palavra de carinho, um sorriso, um afago, um gesto podem fazer o mundo melhor.
 Jesus... Conceda-me a graça de ser menos egoísta, e mais solidário para com aqueles que precisam. Que jamais esqueça de ti e de que sempre estarás comigo não importa quão difícil seja meu caminhar. Obrigado Senhor, Pelo muito que tenho e pelo pouco que possa vir a ter. Por minha vida e por minha alma imortal. 
Obrigado Senhor! Amém.


(Autor desconhecido)

terça-feira, 3 de abril de 2012

FLORES DE SAUDADE 

Se pretendemos cultuar a memória de familiares queridos, transferidos para o Além, elejamos o local ideal: nossa casa. 
Usemos muitas flores para enfeitar a Vida, no aconchego do lar: nunca para exaltar a morte, na frieza do cemitério. 
Eles preferirão, invariavelmente, receber nossa mensagem de carinho, pelo correio da saudade, sem selagem fúnebre. 
É bom sentir saudade. Significa que há amor em nossos corações, o sentimento supremo que empresta significado e objetivo à existência. 
Quando amamos de verdade, com aquele afeto puro e despojado, que tem nas mães o exemplo maior, sentimo-nos fortes e resolutos, dispostos a enfrentar o Mundo. 
E talvez Deus tenha inventado a ilusão da morte para que superemos a tendência milenar de aprisionar o amor em círculos fechados de egoísmo familiar, ensinando-nos a cultivá-lo em plenitude, no esforço da fraternidade, do trabalho em favor do semelhante, que nos conduz às realizações mais nobres. 
Não permitamos, assim, que a saudade se converta em motivo de angústia e opressão. Usemos os filtros da confiança e da fé, dulcificando-a com a compreensão de que as ligações afetivas não se encerram na sepultura. O Amor, essência da Vida, estende-se, indestrutível, às moradas do Infinito, ponte sublime que sustenta, indelével, a comunhão entre a Terra e o Céu... 
Há, pois, dois motivos para não cultivarmos tristeza: 
Sentimos saudade - não estamos mortos... 
Nossos amados (não) mortos - sentem saudades... 
E se formos capazes de orar, contritos e serenos, nesses momentos de evocação, orvalhando as flores da saudade com a bênção da esperança, sentiremos a presença deles entre nós, envolvendo suavemente nossos corações com cariciosos perfumes de alegria e paz.


(Do Livro:Quem tem medo da morte de Richard Simonetti)