quinta-feira, 26 de janeiro de 2012

A DOR DE QUEM FICA E A DOR DE QUEM SE FOI


Uma das maiores dores que podem atingir a um coração na Terra é a separação de pessoas que se amam. É humano sofrer com a morte física de alguém. É necessário, no entanto, que não se faça do fim natural a que chega a vida física, um palco de revolta contra Deus. A vida física tem seu início, meio e fim. Término esse que todos sabem que um dia chegará. Por que não se preparar? Não a esperando para qualquer momento, mas se conscientizando de que nada na vida lhes pertence, posto que "são depositários e não proprietários".


Apegam-se às pessoas, tornando-se delas donas, razão pela qual chega a revolta da separação. Como alguém que é meu me pode ser tirado, sem o meu consentimento?


A saudade fará com que suas lágrimas caiam para sempre, diminuindo com o tempo, mas estarão sempre em sua face. Mas, creia, o dia do reencontro chegará. Aguarde com confiança e sem qualquer precipitação. Não chantageie a vida se entregando à autodestruição, isto só o levará a se afastar mais e mais das vibrações de refazimento e reequilíbrio.


Não retenha quem se foi além do necessário para que tenha boas recordações. Desfaça-se dos excessos de correntes que podem aprisionar o seu amor ao seu lado. A vida dele prosseguirá em outras paragens, não mais na que você se encontra. Não o chame para ajudá-lo diante das suas dificuldades de vida. Elas são suas.


Deus não é cruel. Jamais o faria reencontrar ou encontrar um amor para depois o lançar fora de sua vida, eternamente. Seu sofrimento não é o maior do mundo, portanto não agrida a quem quer que seja com a justificativa de que o seu coração está de luto.


Alguém partiu, não faça com que os outros partam também, afastando-se de sua companhia. Ore, pedindo pela paz do que se foi, lembrando-se que ele também sofre a saudade da separação. Mas em suas preces nunca se esqueça de dizer: "Vá adiante amor, aqui ficaremos bem e, quando Deus assim quiser, nós nos veremos..."


Assinado : Carlos Murion


Local: "Centro Espírita Cavaleiros da Luz" - Salvador (BA)
Médium : José Medrado (do livro "Construção Interior")

segunda-feira, 9 de janeiro de 2012

ACEITAR A MORTE NÃO SIGNIFICA DESISTIR DA VIDA





Semana passada fui surpreendida com um comentário de uma paciente com câncer ao me dizer: Você está me fazendo sentir vontade de viver, mas eu não devia sentir mais apego pela vida, devia aceitar a morte! Seu desabafo nos levou a uma longa conversa sobre a importância de compreender que para aceitar a morte não precisamos desistir da vida. 


Intelectualmente pode não ser tão difícil compreender que para aceitarmos a vida temos de aceitar a morte. Mas, por que emocionalmente rejeitamos essa premissa? Porque não nos sentimos preparados para deixar algo se ainda nos sentimos carentes dele! Ou seja, exatamente porque sentimos falta de vida em nossa vida é que não nos sentimos preparados para deixá-la! 


Pode parecer um paradoxo, mas são justamente as pessoas que estão cheias de vida que demonstram paz quando estão enfrentando sua própria morte. Estar ao lado delas é em si uma experiência gratificante, pois, até mesmo quando não podem mais falar, nos transmitem mensagens de fé e serenidade. As pessoas à sua volta passam a falar por elas, lembrando de como souberam valorizar a vida! 


Podemos não querer falar sobre a morte e, muito menos, sentir sua presença em nossas vidas. No entanto, catástrofes como das ondas Tsunamis no Oriente nos despertam um sentimento de urgência em compreender a morte para não perdemos a fé na vida: intuitivamente sabemos que enquanto separarmos a vida da morte estaremos presos ao medo de viver ambas experiências. 


O que significa aceitar? A aceitação é o resultado de um acordo, no qual nos tornamos receptivos a algo. Isto é, aceitamos algo quando amadurece em nosso interior a confiança: não há mais luta, apenas abertura, pois todas as nossas resistências foram abandonadas. 


Segundo a psicologia budista, aceitamos nos desapegar de algo quando estamos realmente satisfeitos. Por isso, quando amamos ou nos sentimos profundamente amados por alguém, aceitamos até mesmo nos desapegar desta pessoa ou situação: pois estamos bem estocados deste amor dentro de nós. As pessoas que aceitam morrer são aquelas que estão satisfeitas com suas vidas! 


Desapego, neste sentido, significa estar nutrido de amor espiritual. 
Todos nós já sentimos essa forma elevada de amor quando desejamos que a pessoa amada seja realmente feliz: com ou sem a nossa presença. No entanto, em geral, nosso amor é mais emocional que espiritual: amamos na carência, isto é, nos alimentamos do sentimento de que amar é sentir necessidade de receber o amor do outro. Neste sentido, damos excessivo valor a algo ou alguém só porque nos faz falta. Isto é, nos comunicamos melhor com o outro quando estamos longe dele! 


Mas também é verdade que quanto mais soubermos reconhecer nossa capacidade de amar, menos dependentes estaremos da presença física da pessoa amada. A prova que esta premissa é verdadeira está no fato de que continuamos a amar alguém mesmo após sua morte. A dinâmica do amor continua em nosso interior: continuamos a nos dedicar à pessoa amada mesmo depois que ela já se foi. Rezamos por ela, e muitas vezes passamos a nos dedicar a finalizar seus projetos e realizar seus desejos. 


Assim como explica Robert Sardello em seu livro Liberte sua Alma do Medo: No amor espiritual, o bem da outra pessoa vive dentro de cada pensamento que me vem, quer o pensamento tenha ou não a ver com ela. O termo espiritual para essa qualidade é intento, que carrega um significado muito mais sutil do que quando dizemos que temos a intenção de fazer algo. Intento carrega o sentido de que alguma coisa mantida no pensamento se tornou tão real como se estivesse literalmente presente – não presente à minha frente, mas em todos os lugares dentro de mim. No amor espiritual, aquilo que se torna tão absolutamente real é a qualidade espiritual da outra pessoa, sentida no intento de ser orientada unicamente para o bem da outra pessoa. Na vida diária, o aperfeiçoamento do amor espiritual se concentra nos pensamentos que temos em relação à outra pessoa. Esses pensamentos não são iguais àqueles que surgem da saudade de alguém, da lembrança de algo que fizeram juntos no passado ou de pensar sobre o que a pessoa possa estar fazendo no momento. No amor espiritual, não necessariamente pensamos na outra pessoa, ao contrário, a outra pessoa, como espírito, tornou-se completamente entrelaçada à minha existência de modo que, mesmo sem perceber, ela está comigo a cada momento, de uma maneira que acentua a minha própria liberdade individual em vez de impedi-la.




(Texto de: Bel Cesar) - é psicóloga e pratica a psicoterapia sob a perspectiva do Budismo Tibetano. Trabalha com a técnica de EMDR, um método de Dessensibilização e Reprocessamento através de Movimentos Oculares. Autora dos livros Viagem Interior ao Tibete, Morrer não se improvisa, O livro das Emoções, Mania de sofrer e recentemente O sutil desequilíbrio do estresse.

quinta-feira, 5 de janeiro de 2012

ACOMPANHAMENTO TERAPÊUTICO DO LUTO





Acompanhamento terapêutico do Luto (Grief Therapy) (Terapia do Luto)
“A experiência do luto é poderosa. Assim também é a sua capacidade para ajudar a curar a si mesmo. Ao viver o processo do luto, a pessoa está se movendo em direção a um renovado senso de significado e propósito em sua vida.” (Wolfelt)


O acompanhamento terapêutico do luto tem como principais objetivos:
-Identificar e resolver os conflitos causados pela separação, pela falta, pela ausência do ente querido.
-Trata-se da readaptação. O enlutado passa a desempenhar papéis que antes não desempenhava e isso pode ser bastante custoso.
-A resolução dos conflitos exige a vivência de sentimentos e pensamentos que o paciente evitava.
-Permitir que o paciente viva o luto, promovendo o espaço para as manifestações de sofrimento, de pesar, que muitas vezes em nossa sociedade são encarados como fraqueza, fazendo com que o enlutado não encontre espaço para expressar seus sentimentos.
-Identificar e descrever as situações problema, remanejar as contingências e desenvolver novo repertório comportamental.

-Validar os bons momentos e sustentar a alegria quando ela vier.

-Encorajar o enlutado a redescobrir o prazer e o sentido de sua vida.
-Auxiliar o enlutado a retomar suas atividades profissionais identificando, junto com ele, o melhor momento para o retorno.
-Prevenir situações de perdas secundárias ao luto, como a separação conjugal, no caso de pais que perdem filhos, cujo índice é altíssimo durante o primeiro ano após a morte.
-Estimular e orientar os pais enlutados a retomarem o cuidado com os filhos que ficam.
-Prevenir situações de desequilíbrio familiar após a perda de um membro da família, mantendo a união e o compartilhar da dor com transparência, evitando o pacto de silêncio.


A Terapia Do Luto De Mães Que Perderam Filhos


Porque a forma mais natural é que a morte dos pais preceda a de seu filho, a mãe tem muita dificuldade para se readaptar a uma nova e aparentemente ilógica realidade, uma vez que sua identidade pessoal esta amarrada ao seu filho, além de sentir-se impotente e perguntar-se, quase sempre, se não poderia ter protegido o seu filho da morte.
A base do trabalho terapêutico do luto com mães que perderam filhos, principalmente de forma trágica, está nas seguintes premissas: a “autorização para sofrer”, o “livrar-se da culpa” e o “você pode ser feliz de novo”.
A terapia do luto é a expressão livre dos pensamentos e sentimentos a respeito da morte e tal expressão é parte essencial da cura.
Muitas vezes é preciso verbalizar, dizer frases concretas, do tipo ”Permita-se sofrer: Seu filho morreu. É permitido chorar”, “Chorar não vai fazer seu filho ficar triste nem atrapalhar o caminho dele”, “Expresse a sua dor abertamente”, “Quando você compartilha seu sofrimento fora de si mesmo, a cura ocorre. Ignorar a sua dor não irá fazê-la ir embora e falar sobre isso pode fazer você se sentir melhor”, “Permita-se falar de seu coração, e não apenas de sua cabeça. Isso não significa que você está perdendo o controle ou vai ficar “louca” e sim uma fase normal do processo de luto”, “Fale com seus outros filhos sobre a morte do irmão  e, se tiver vontade, chore com eles”.
Com a morte de um filho, as esperanças, sonhos e planos para o futuro são desmontados, virados de cabeça para baixo,  começando uma jornada que é muitas vezes assustadora, dolorosa e avassaladora. Na verdade, às vezes os sentimentos de dor pela morte de um filho  vem de forma tão intensa que a mãe não entende bem o que está acontecendo. Faz parte do processo terapêutico, sugestões práticas para o dia-a-dia após a morte, ajudando o movimento em direção ao bem estar, respeitando sua experiência única de sofrimento, validando, descobrindo e reconhecendo a maneira particular daquela pessoa viver seu luto com a máxima coerência íntima.
Na terapia, procura-se enfatizar que o sofrimento é único e que ninguém, incluindo os outros filhos e parentes, sofrerá exatamente da mesma maneira. Cada um tem seu rítmo, reage de forma diferente e não existe certo e errado.
Sabe-se que a jornada do luto será influenciada não só pela relação que a mãe tinha com seu filho, mas também pelas circunstâncias da morte, o sistema de apoio emocional (rede de apoio), sua cultura e espiritualidade. Tudo isso é abordado durante as sessões, assim como a sensação de estar em um estado de sonho, como se fosse acordar e nada disto será verdadeiro. Estes sentimentos de entorpecimento e negação são necessários, principalmente no inicio, para isolá-la da realidade da morte até que esteja mais capaz de tolerar o que ela não quer acreditar. A morte de um filho pode resultar em uma variedade de emoções. Confusão, desorganização, medo, culpa, raiva e alívio são apenas algumas das emoções que ela pode sentir. Às vezes, estas emoções se sucedem dentro de um curto período de tempo ou podem ocorrer simultaneamente e, por mais estranho que algumas dessas emoções possa parecer, elas são normais e saudáveis. A mãe em terapia se permite aprender com esses sentimentos, deixando de se surpreender se, de repente, experimenta surtos de dor, mesmo em momentos mais inesperados, aprendendo a encará-los como uma resposta natural à morte de seu filho e a ser tolerante com seus limites físico e emocional. Seus sentimentos de perda e tristeza provavelmente deixam-na cansada. Sua capacidade de pensar claramente e tomar decisões pode ser prejudicada e o seu nível de energia podem, naturalmente, diminuir e ela não deve esperar que esteja disponível para o seu cônjuge, filhos sobreviventes e amigos, como já foi um dia. Estimula-se que ela ouça o que seu corpo e mente estão dizendo, coma refeições equilibradas e agende suas atividades, tanto quanto possível. Cuidar de si não significa sentir pena de si mesma, significa que ela está usando suas habilidades de sobrevivência.
Uma questão fundamental é alertar a mãe para as frases prontas e clichês, comentários banais que algumas pessoas fazem na tentativa de diminuir a dor da perda e que podem ser extremamente dolorosos. Comentários do tipo: “Segure firme, você tem que aguentar”, “O tempo cura todas as feridas” “Pense que você tem que ser grato pelo tempo que seu filho passou com você” ou “Você tem que ser forte para os outros” não são construtivas. Embora estas observações possam ser bem intencionadas, pode ser torturante aceitá-las como verdades absolutas.
Outro ponto estimulado é desenvolver um Sistema de Suporte (Rede de Apoio). Pedir aos outros e muitas vezes aceitar o apoio é difícil e na terapia, exploramos o porque, incentivando a mãe a procurar as pessoas que a permitem ser ela mesma reconhecendo seus sentimentos – felizes e tristes.
Estimula-se  a criação de um legado: As memórias são um dos melhores legados que existem depois da morte de um filho. Ao invés de tentar esquecer essas memórias, devemos compartilhá-las com a família e amigos, Lembrando sempre que as memórias podem ser tingidas de felicidade e de tristeza: “Se suas memórias trazem o riso, sorria. Se suas memórias trazem tristeza, então está tudo certo em chorar. Memórias foram feitas de amor – ninguém pode tirá-las de você. A realidade de que seu filho morreu, não diminui sua necessidade de ter esses objetos, parte tangível e duradoura da relação com seu filho.”
O tema Espiritualidade deve ser cuidadosamente explorado na terapia do luto: Se a fé é parte da vida dessa mãe, ela deve expressá-la da maneira que lhe parece apropriada. A revolta, expressa muitas vezes como raiva de Deus, deve ser percebida como uma parte normal do processo de luto. Orienta-se que a mãe manifeste a sua fé, mas, naquele espaço reservado e seguro da terapia, ela pode manifestar também a sua raiva e sua tristeza. Negar a dor só vai torná-la mais confusa e esmagadora.
Conciliar a fé e a dor não acontece rapidamente, uma vez que o luto é um processo, não um evento. 


(Adriana Thomaz -  formada nesta área de atuação (Assistência Terapêutica ao Luto) pelo Instituto 4 Estações de Psicologia em São Paulo em 2005 e fez diversos cursos fora do Brasil. Médica e faço Saúde Mental para Perdas, Morte e Luto, Psico-Oncologia (Tratamento e Acompanhamento Psicoterapêutico do paciente com Câncer e sua família) e Cuidados Paliativos, além de Clínica de Dor. (Trabalha tanto com pacientes terminais e suas famílias, quanto com os sintomas angustiantes que acompanham as questões relacionadas ao Fim da Vida. (End of Life Care), com psicoterapia e com medicação psicotrópica quando necessário.
Também faz parte da equipe do Dr. Daniel Tabak, sendo responsável pelo serviço de Dor e Medicina Paliativa, cuidando dos pacientes terminais e conduzindo a terapia do Luto do familiar no pós óbito).

terça-feira, 3 de janeiro de 2012


 SEMPRE
       



 Não se desesperes, num trágico dia, esse amado filho, que trouxeste ao mundo, deixou a estrada da vida e partiu para aquele espaço que acreditas que seja de tranquilidade infinita. Seca as lágrimas de angústia e vive aguardando com serenidade que a tua caminhada chegue ao fim.
         És mãe para todo o sempre. "SEMPRE", uma palavra neste contexto, cheia de Esperança, o significado de crer acreditar que os momentos mágicos de partilha com esse filho não morreram. A alma ficou magoada mas aberta ao sonho de continuares a viver trazendo bem vivo dentro de ti esse filho que foi uma realidade.
         É bom acreditar que no dia em que a tua viagem tiver o seu termo, chegarás à sua beira, e manterás com ele um diálogo de amor infinito. Por isso, esforça-te para que a nostalgia não se abrigue em ti e faça da tua pessoa um ser doente, demasiado só e triste. Contempla o céu, as estrelas e toda a magnificência do mundo que nos abriga, debruça-te sobre aqueles que nada possuem e sê atenta. Aos que te quiserem escutar fala-lhes das tuas experiências de vida, das tuas memórias. Conta às crianças, que por ironia do destino se cruzam contigo, histórias do teu imaginário de criança e com elas partilha a alegria de estares viva porque assim serás de novo "MÃE". Estás a contribuir para um mundo mais humano, estás a ofertar, ou seja, a transformar o teu desgosto em algo muito belo que no momento certo relembrarás junto desse filho que partiu. É bom acreditar que um dia te juntarás a ele e falarão das coisas bonitas do mundo dos homens.
Sentiste, tanto como eu, que naquele dia em que o teu filho de ouro partiu, as sombras caíram sobre ti e um desejo intenso de te juntares a ele obcecou-te. Não é possível, nem humano partir quando se quer mas sim quando a nossa história chega ao fim. E, se num momento de loucura o fizermos antes, estaremos a desejar esquecer de uma maneira egoísta a própria essência da nossa vida em relação aos outros.
         Sabes mãe, o tempo é curto, e por isso, tens de caminhar, dar a volta ao teu mundo, viver a tua missão de "Vida", a partir do momento em que nasceste, sem o pedir, até ao ponto de retorno que não será o "Nada" mas sim aquilo em que acreditares.
         Tenta renovar as tuas forças, a tua determinação e acredita que apesar da distância, da fragilidade que sentes, dessa incerteza em que o teu coração se encontra, o teu filho está incondicionalmente contigo para todo o sempre. Escuta-o e olha para o exterior e respira. Renova-te e responde-lhe dizendo que não interessam as barreiras físicas porque estão juntos para partilharem diferentes claridades.
         Murmura, fala ou grita junto ao mar ou à montanha, que queres a sua felicidade, e que apesar desta inevitável ausência, tudo está presente, porque o amor é de tal intensidade que ficarás à espera que tudo um dia se transforme e te demonstre o seu significado.
         Eu para sobreviver brinco com as palavras e com elas faço versos, faço narrativas que me trazem as lembranças escondidas, fazendo-me rir ou chorar. Fico feliz ao passar para o papel pedaços do meu caminho que se cruzam com outros caminhos que eu procuro ou que se me apresentam. O que desejo verdadeiramente é que te lembres que eu te convido a fazeres da tua vida, momento a momento, um desafio, partilhado com os vivos e os mortos que estão no teu coração.

(Texto de: Aida Nuno)