sexta-feira, 22 de fevereiro de 2013

05 ANOS E 06 MESES SEM VOCÊ ANA CLÁUDIA




Embora o tempo cure, as marcas e as cicatrizes permanecem e elas continuam a nos mostrar algo que foi ferido nos tempos de outrora.
 A dor não mais sentida é a certeza de que o passado já não mais pertence ao presente. Fica somente a marca de uma parte da história que muitas vezes foi convertida em aprendizado. Aprendizado através da dor.
Há despedidas que se tornam feridas abertas na alma. A dor da saudade de quem se foi cria fendas sem fim em muitos corações que ainda esperam o regresso.
O tempo da saudade se eterniza nessas marcas e cicatrizes e que não conseguiu apagar.
Quem fica sempre espera nesse regresso um abraço que não foi dado, um beijo de despedida, o sorriso que não mais poderá ser contemplado, o toque do corpo, o perfume, o som da voz.
As estações do tempo e da vida surgem e se escondem em noites de lágrimas. Há noites que não se veem estrelas porque a luz da esperança foi apagada.
Saudade de “mãe é dor sem nome”, é silêncio banhado por um oceano de lágrimas, é uma manhã sem sol em dias quase sempre nublados.
Quem nunca se despediu de quem um dia partiu, jamais deixará a estação da dor ir embora.
Na saudade de quem fica apenas a certeza de muitas esperas.
Dias longos e minutos sem fim. Foi assim que muitos deixaram a sua alegria ir na bagagem de quem se foi.
Se o coração não se reconcilia com a despedida, o futuro sempre será uma triste espera.
Saudade dolorida é ferida aberta que se faz presente nas recordações.
 E na saudade cicatrizada fica apenas a certeza de que um dia a vida será plena em um reencontro.
Hoje a dor da saudade ainda se faz presente, e o tempo ainda também é a cura de nossas carências que ainda insistem em germinar no solo de nossa fragilidade humana.
Desculpe-me minha filha, mas a minha cicatriz ainda está bem aberta e em dias como o de hoje me doem, latejam no corpo e na alma e se misturam com minhas lágrimas.
Mas espero que onde quer que estejas entendas a minha dor e minha tristeza.
Te amo, te amo, te amo.
Mamãe.

 (Retirado da página do Ministério Público da Paraíba, autor desconhecido. Modificado por Liane Taborda Caron).