Embora o
tempo cure, as marcas e as cicatrizes permanecem e elas continuam a nos mostrar
algo que foi ferido nos tempos de outrora.
A dor não mais sentida é a certeza de que o
passado já não mais pertence ao presente. Fica somente a marca de uma parte da
história que muitas vezes foi convertida em aprendizado. Aprendizado através da
dor.
Há
despedidas que se tornam feridas abertas na alma. A dor da saudade de quem se
foi cria fendas sem fim em muitos corações que ainda esperam o regresso.
O tempo da
saudade se eterniza nessas marcas e cicatrizes e que não conseguiu apagar.
Quem fica
sempre espera nesse regresso um abraço que não foi dado, um beijo de despedida,
o sorriso que não mais poderá ser contemplado, o toque do corpo, o perfume, o
som da voz.
As estações
do tempo e da vida surgem e se escondem em noites de lágrimas. Há noites que
não se veem estrelas porque a luz da esperança foi apagada.
Saudade de “mãe
é dor sem nome”, é silêncio banhado por um oceano de lágrimas, é uma manhã sem
sol em dias quase sempre nublados.
Quem nunca
se despediu de quem um dia partiu, jamais deixará a estação da dor ir embora.
Na saudade
de quem fica apenas a certeza de muitas esperas.
Dias longos
e minutos sem fim. Foi assim que muitos deixaram a sua alegria ir na bagagem de
quem se foi.
Se o coração
não se reconcilia com a despedida, o futuro sempre será uma triste espera.
Saudade
dolorida é ferida aberta que se faz presente nas recordações.
E na saudade cicatrizada fica apenas a certeza
de que um dia a vida será plena em um reencontro.
Hoje a dor
da saudade ainda se faz presente, e o tempo ainda também é a cura de nossas
carências que ainda insistem em germinar no solo de nossa fragilidade humana.
Desculpe-me
minha filha, mas a minha cicatriz ainda está bem aberta e em dias como o de
hoje me doem, latejam no corpo e na alma e se misturam com minhas lágrimas.
Mas espero
que onde quer que estejas entendas a minha dor e minha tristeza.
Te amo, te amo, te amo.
Mamãe.
(Retirado da página do Ministério Público da Paraíba, autor desconhecido. Modificado por Liane Taborda Caron).
(Retirado da página do Ministério Público da Paraíba, autor desconhecido. Modificado por Liane Taborda Caron).