quarta-feira, 30 de outubro de 2013

AMORES DISTANTES

DEDICO ESSE TEXTO À TODAS AS MÃES QUE TIVERAM SEUS FILHOS ARRANCADOS DO CONVÍVIO, ASSIM COMO EU. E QUE HOJE CHORAM DE SAUDADE, MUITA SAUDADE...


Nossos amores são o tesouro que a vida nos oferece como dádiva perante os desafios da caminhada.
Quando os temos não conseguimos aquilatar a vida sem eles.
São de tal forma parte integrante da nossa estrutura emocional, que a existência terrena teria um peso imenso sem eles a nos apoiarem e amarem.
Pertencem ao nosso coração porque os laços de querer bem se construíram reciprocamente em experiências e labores, desta ou de anteriores vidas.
Nós os buscamos para abastecer o coração, para alegrar o dia, para desanuviar a mente, pois são eles que aliviam o guante da vida.
Algumas vezes, se separam de nós fisicamente.
Passam a morar em outras terras, pois que casam, precisam assumir compromissos profissionais em lugares distantes, aprimorar estudos... E lá se vão nossos amores.
Nesses momentos, a paciência passa a ser nossa companheira na espera saudosa do retorno deles, na esperança do reencontro, de voltar a usufruir do aconchego da presença que preenche nossa alma com tanta facilidade.
Porém, entendemos que a distância momentânea é necessária, pois se trata dos compromissos de cada Espírito.
Embora essa distância incomode, mesmo que os dias se façam longos, o entendimento e compreensão da situação nos fortalecem para aguardar o momento onde celebraremos mais uma vez o amor e o querer bem.
De forma semelhante ocorre com nossos amores que partiram antes de nós para o lado de lá da vida, para o mundo espiritual.
Foram chamados de retorno ao lar pela Providência Divina, pois outros compromissos os aguardavam nas paisagens da Espiritualidade.
De forma alguma, podemos pensar que Deus não percebeu a dor que essa partida nos causou. Não houve desconhecimento da Divindade, em nenhum momento, a respeito das saudades que nos queimam as fibras mais íntimas da alma.
As lágrimas saudosas que derramamos por aqueles que partiram, eles também as sentem, pois que a vida continua, e ainda mais exuberante.
Também na Espiritualidade, separados fisicamente de nós, eles sentem, na intimidade da alma, nossa ausência e têm o coração apertado nas saudades dos que aqui ainda permanecemos.
Porém, percebem que o reencontro se dará na brevidade que Deus permitir, amparados na certeza de que o amor desconhece as barreiras da distância e do tempo.
Portanto, se hoje os olhos vertem as lágrimas que o coração insiste em fazer jorrar, amanhã será o dia do reencontro.
Novamente a vida nos oportunizará que as mãos se enlacem, os corações batam em uníssono, os olhares falem dos sentimentos que as palavras não conseguem vestir.
Nas saudades dos amores distantes, haverá sempre a certeza do reencontro, o entendimento que o adeus jamais caberá nos lábios daqueles que verdadeiramente amam.
Para esses, somente haverá um até breve, na certeza que hoje simplesmente padecemos a distância momentânea, porém necessária.
Logo mais, em um novo amanhã, em nova etapa, teremos os nossos amores a nos preencher os dias de alegria e plenitude.


(Redação do Momento Espírita em 30.10.2013)

segunda-feira, 28 de outubro de 2013

ESTAÇÃO DAS PERDAS



Há horas em nossa vida que somos tomados por uma enorme sensação de inutilidade, de vazio. 
Questionamos o porquê de nossa existência e nada parece fazer sentido. 
Ao nascer, perdemos o aconchego, a segurança e a proteção do útero. Estamos, a partir de então, por nossa conta. Sozinhos. 
Começamos a vida em perda e nela continuamos. Paradoxalmente, no momento em que perdemos algo, outras possibilidades nos surgem. Ao perdermos o aconchego do útero, ganhamos os braços do mundo. Ele nos acolhe: nos encanta e nos assusta, nos eleva e nos destrói. E continuamos a perder e seguimos a ganhar. 
Perdemos primeiro a inocência da infância. A confiança absoluta na mão que segura nossa mão, a coragem de andar na bicicleta sem rodinhas por que alguém ao nosso lado nos assegura que não nos deixará cair... 
E ao perdê-la, adquirimos a capacidade de questionar Por que? Perguntamos a todos e de tudo. Abrimos portas para um novo mundo e fechamos janelas, irremediavelmente deixadas para trás. Estamos crescendo. 
Nascer, crescer, adolescer, amadurecer, envelhecer, morrer...Vamos perdendo aos poucos alguns direitos e conquistando outros. 
Perdemos o direito de poder chorar bem alto, aos gritos, mesmo quando algo nos é tomado contra a vontade. 
E aprendemos. E vamos adolescendo, ganhamos peso, ganhamos altura, ganhamos o mundo. Neste ponto, vivemos em grande conflito. 
O mundo todo nos parece inadequado aos nossos sonhos. Ah! os sonhos!!! Ganhamos muitos sonhos. Sonhamos dormindo, sonhamos acordados, sonhamos o tempo todo. Aí, de repente, caímos na real! 
Estamos amadurecendo, todos nos admiram. Tornamo-nos equilibrados, contidos, ponderados. Perdemos a espontaneidade. Passamos a utilizar o raciocínio, a razão acima de tudo. 
E continuamos amadurecendo, ganhamos um carro novo, um companheiro, ganhamos um diploma. E desgraçadamente perdemos o direito de gargalhar, de andar descalço, tomar banho de chuva, lamber os dedos e soltar pum sem querer. Já não pulamos mais no pescoço de quem amamos e tascamos-lhe aquele beijo estalado, mas apertamos as mãos de todos. 
Ganhamos novos amigos, ganhamos um bom salário, ganhamos reconhecimento, honrarias, títulos honorários e a chave da cidade. E assim, vamos ganhando tempo, enquanto envelhecemos. De repente percebemos que ganhamos algumas rugas, algumas dores nas costas (ou nas pernas), ganhamos celulite, estrias, ganhamos peso e perdemos cabelos. 
Nos damos conta que perdemos também o brilho no olhar, esquecemos os nossos sonhos, deixamos de sorrir, perdemos a esperança. Estamos envelhecendo. Não podemos deixar pra fazer algo quando estivermos morrendo. 
Compreender que as perdas fazem parte, mas que apesar delas, o sol continua brilhando e felizmente chove de vez em quando, que a primavera sempre chega após o inverno, que necessita do outono que o antecede. 
Que a gente cresça e não envelheça simplesmente. Que tenhamos dores nas costas e alguém que as massageie. Que tenhamos rugas e boas lembranças. Que tenhamos juízo mas mantenhamos o bom humor e um pouco de ousadia. Que sejamos racionais, mas lutemos por nossos sonhos. E, principalmente, que não digamos apenas eu te amo, mas ajamos de modo que aqueles a quem amamos, sintam-se amados mais do que saibam-se amados.

 (Aila Magalhães)

terça-feira, 22 de outubro de 2013

06 ANOS E 02 MESES SEM VOCÊ ANA CLÁUDIA

VERSOS SIMPLES

Sabe, já faz tempo,
Que eu queria te falar,
Das coisas que trago no peito.

Saudade,
Já não sei se é a palavra certa para usar
Ainda lembro do seu jeito.

Não te trago ouro,
Porque ele não entra no céu,
E nenhuma riqueza deste mundo.
Não te trago flores,
Porque elas secam e caem ao chão.
"Te trago" os meus versos simples,
Mas que fiz de coração.

Sabe, já faz tempo,
Que eu queria te falar
Das coisas que trago no peito.

Saudade,
Já não sei se é a palavra certa para usar
Ainda lembro do seu jeito.

Não te trago ouro,
Porque ele não entra no céu,
E nenhuma riqueza deste mundo.
Não te trago flores,
Porque elas secam e caem ao chão.
Te trago os meus versos simples,
Mas que fiz de coração.

TE AMO, TE AMO, TE AMO. ETERNAMENTE TE AMO ANA CLÁUDIA.

(Música: Versos Simples - Chimarruts)



sábado, 12 de outubro de 2013

PEDIDO DE UMA CRIANÇA


Dizes que sou o futuro, Não me desampares no presente.
Dizes que sou a esperança da paz, Não me induzas à guerra.
Dizes que sou a promessa do bem, Não me confies ao mal.
Dizes que sou a luz dos teus olhos, Não me abandone às trevas.

Não espero somente o teu pão, Dá-me luz e entendimento.
 Não desejo tão só a festa do teu carinho, Suplico-te amor com que me eduques.
 Não te rogo apenas brinquedos, Peço-te bons exemplos e boas palavras.
Não sou simples ornamento de teu carinho, Sou alguém que te bate à porta em nome de Deus.

Ensina-me o trabalho e a humildade, o devotamento e o perdão. Compadece-te de mim e orienta-me para o que seja bom e justo.
Corrija-me enquanto é tempo, ainda que eu sofra…
Ajude-me hoje para que amanhã eu não te faça chorar.


(Texto extraído do link: Mensagens com Amor)