segunda-feira, 22 de setembro de 2014

FUNERAL BLUES (SEM TRADUÇÃO; TAMBÉM CONHECIDA COMO: “ STOP ALL DE CLOCKS” – PARE TODOS OS RELÓGIOS) DE WYSTAN HUGH AUDEN




Pare todos os relógios, corte o telefone,
Impeça o cão de latir com um osso suculento,
Silencie os pianos e com tambor abafado,
Tragam o caixão, deixe os enlutados que venham.

Que os aviões circulem lamentando por cima das cabeças,
Rabiscando no céu a mensagem “Ele está Morto”,
Coloquem laços de crepe em volta dos pescoços brancos das pombas públicas,
Que os policiais de trânsito usem luvas pretas de algodão.

Ele era o meu Norte, meu Sul, meu Leste e Oeste,
Minha semana de trabalho e meu domingo de descanso,
Meu meio-dia, minha meia-noite, minha fala, minha canção.
Eu pensei que esse amor duraria para sempre. Eu estava errado.

As estrelas já não são necessárias; coloque fora todas elas.
Empacotem a lua e desmantelem o sol.
Despeje longe o oceano e varram a floresta;
Pois nada agora jamais poderá ser bom.


Recebi esse poema de uma amiga na dor do luto no mês passado logo após ter completado 07 anos do falecimento da minha filha Ana Cláudia.
Ela se chama Fátima Gonçalves Vianna. Conhecemos-nos em Maio de 2010 quando fomos até Uberaba no intuito de recebermos uma psicografia. Eu de minha filha e ela de seu amado filho Lucas. Encontramo-nos durante o café da manhã no mesmo hotel onde estávamos hospedadas. Contamos um pouco da nossa história e ela da dela. Trocamos os números de telefone e endereço de e-mail para correspondermo-nos. E desde aquela data temos feito isso. As vezes são longas as datas entre um e-mail e outro, entre um telefonema e outro, mas estamos sempre em sintonia de pensamentos e quando a lembrança chama atenção lá vem uma mensagem, um vídeo para assistir, um telefonema. E com esse poema não foi diferente.
Demorei um pouquinho para publicá-lo porque os meses de agosto e setembro são muito difíceis de ultrapassar com as lembranças que nos marcaram.
Na realidade peguei o texto original em inglês e o traduzi do meu ponto de vista. O que ela me passou tem uma tradução um pouco diferente mas que no final relata exatamente o significado de todos os sentimentos que tivemos e continuamos tendo verbalizados e transcritos em palavras. Também procurei saber um pouco mais sobre a vida do autor do poema, e que segue:

Wystan Hugh Auden - nascido em 21 de fevereiro de 1907, falecido em 29 de setembro de 1973 - Foi um poeta anglo-americano. Nascido na Inglaterra e mais tarde tornou-se cidadão americano.
É considerado por muitos críticos como um dos maiores escritores do século 20. Seu trabalho ficou conhecido pela sua realização estilística e técnica, tendo como compromisso as questões morais e políticas e sua variedade de tom, forma e conteúdo. Os temas centrais de sua poesia são: o amor, a política e a cidadania, religião e moral, bem como a relação entre os seres humanos únicos e anônimos.
A primeira, e menos conhecida, versão do poema, escrito e publicado em 1936, tem cinco estrofes; a versão final de 1938 tem quatro. Apenas as duas primeiras estrofes são as mesmas em ambas as versões.
Agora o texto em inglês:

Stop all de clocks, cut off  the telephone,
Prevent the dog from barking with a juicy bone,
Silence the pianos and with muffled drum,
Bring out the coffin, let the mourners come.

Let airplanes circle moaning overhead,
Scribbling on the sky the message “He is Dead”.
Put crepe bows round the white necks of the public doves,
Let the traffic policemen wear black cotton gloves.

He was my North, my South, my East and West,
My working week and my Sunday rest,
My noon, my midnight, my talk, my song.
I thought that love would last for ever. I was wrong.

The stars are not wanted now; put out every one.
Pack up the moon and dismantle the sun.
Pour away the ocean and sweep up the wood.
For nothing now can ever come to any good.