sexta-feira, 20 de abril de 2012

AMIGOS(AS)




As tragédias e situações tristes são aquelas que mais nos fazem retroceder no tempo, e nos tornam prisioneiros dessas lembranças. Quando perdemos um filho, ou filha, isso dura para sempre, só acaba quando for nossa vez de partir. É aí que entra essa corrente de solidariedade, as manifestações amigas, e o resultado que isso causa em nossa auto-estima, fator fundamental para que possamos enfrentar esses momentos adversos. São manifestações que atuam em nossa cabeça como elementos fortificantes, tonificadores, e servem para que possamos avaliar a importância da vida e de como podemos aprender a viver, apesar das perdas que retiram de dentro de nós algumas substâncias que nos fazem falta. Ou até mesmo, nos sentimos como se tivéssemos perdido um pedaço de nós mesmos. Na verdade é isso mesmo que ocorre quando se perde um filho.


Mas é também verdade que nossas vidas continuam, e, assim como por outro tipo de fatalidade algum indivíduo perde parte de seu corpo e luta para sobreviver com o que lhe resta, também nós que perdemos entes queridos sabemos que devemos seguir adiante, superando essas perdas. Embora jamais as esqueceremos, sempre nos lembraremos e nunca nos faltarão lágrimas para vertermos por suas lembranças.


Mas, caros amigos e amigas – os que eu conheço pessoalmente, e os que a rede social me possibilitou conhecer de longe – tenham certeza que o fortificante para suportarmos isso vem das manifestações de carinho, apreço e solidariedade. Por isso, dedico a todas as pessoas queridas que me enviaram suas mensagens, pelo facebook, por email, ou por telefone (e aquelas que se irmanam comigo no pensamento, que são e sempre serão meus (minhas) amigos (as).


(P.S. Faço das palavras do Romualdo as minhas palavras, pois, descrevem exatamente o que sinto, e que se não fossem minhas novas amigas da mesma dor me amparando, talvez eu já não estivesse mais aqui. O meu muito obrigada a todas vocês que me ampararam desde o dia que aconteceu a minha tragédia até hoje. Meu carinho e afeto por todas vocês).


Parte integrante do texto "Amigo(a) é coisa Prá se Guardar, no Lado Esquerdo do Peito" de Romualdo Pessoa - Professor de Geopolítica no Instituto de Estudos Sócioambientais da Universidade Federal de Goiás (IESA-UFG) - Perdeu sua filha Ana Carolina Oliveira Campos em 13 de Dezembro de 2007 com 10 anos de idade.

Um comentário:

  1. Liane vc sempre me emociona com suas postagens bem escolhidas e pensadas e de muita ajuda para quem está vivênciando essa dor que não tem palavras nem gestos nem sabedoria para explicar poque doi tanto...
    Muitas vezes vc esta cansada de ouvir eu falar o que seria dessas mãezinhas especiais se não fosse o grupo e os amigos que sempre estão nos fortaleçendo,com um abraço, um carinho, ou um telefonema de como está amigo ou amiga estou aqui...
    Te amo adoro vc, Ana Paula e o Paulo bjs...

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