sexta-feira, 1 de março de 2013

ONDE ESTÃO NOSSOS AMORES?


Quando as sombras da morte arrebatam nossos amores, um punhal se crava em nosso coração.
A dor moral é tamanha, a sensação de perda é tão grande que o corpo inteiro se retesa e sente dores.
À medida que os dias se sucedem e as horas avançam tristonhas, acumulando dias, a ausência da presença amada mais se faz dolorida.
Então, revolvemos nossas lembranças e no Banco de Dados da nossa memória, vamos recordar dos momentos felizes que juntos desfrutamos.
Recordamos das viagens, das pequenas coisas do dia a dia, dos aniversários, das tolices.
E até das rusgas, dos pequenos embates verbais que, por convivermos tão próximos, aconteceram, ao longo dos anos.
Se o ser amado é um filho, ficamos a rememorar os primeiros passos, as palavras iniciais, os balbucios. E a noite da saudade vai se povoando de cenas que tornamos a viver e a sentir.
Recordamos o dia da formatura, as festas com os amigos, as ansiedades antes das entrevistas do primeiro emprego. Tantas coisas a rememorar...
Acionamos as nossas recordações e, como um filme, as cenas vão ali se sucedendo, uma a uma, enquanto a vertente das lágrimas extravasa dos nossos olhos.
E se trata do cônjuge, vêm-nos à lembrança os dias do namoro, os tantos beijos roubados aqui e ali, as mãos entrelaçadas, os mil gestos da intimidade...
Na tela mental, refazemos passos, atitudes, momentos de alegria e de tristeza, juntos vividos e vencidos.
Pais, irmãos, amigos, colegas. A cada partida, na estatística de nossa saudade, acrescentamos mais um item.
E tudo nos parece difícil, pesado. A vida se torna mais complexa sem aqueles que amamos e que se constituíam na alegria de nossos dias.
Vestimo-nos de tristeza e desaceleramos o passo da própria existência.
Como encontrar motivação para a continuidade das lutas, se o amor partiu?
Como prosseguir caminhando pelas vias da solidão e da saudade?

*   *   *

Nossos amores vivem e nos veem, nos visitam. Não estão mortos, apenas retiraram a vestimenta a que nos habituáramos a vê-los.
Substituíram as vestes pesadas por outras diáfanas, vaporosas. Mas continuam conosco.
Por isso, não contribuamos para a sua tristeza, ficando tristes.
Eles, que nos amaram, continuam a nos amar com a mesma intensidade e nos desejam felizes.
Por isso nos visitam nas asas do sonho, enquanto o sono nos recupera as forças físicas.
Por isso nos abraçam nos dias festivos. Transmitem-nos a sua ternura, com seus beijos de amor.
Sim, eles nos visitam. Eles nos acompanham a trajetória e certamente sofrem com nossa inconformação, nosso desespero.
Eles estão libertos da carne porque já cumpriram a parte que lhes estava destinada na Terra: crianças, jovens, adultos ou idosos.
Cada qual tem seu tempo, determinado pelas sábias Leis Divinas.

*   *   *

Quando as dores da ausência se fizerem mais intensas, ora e pede a Deus por ti e por teus amores que partiram.
E Deus, que é o amor por excelência, te permitirá o reencontro pelos fios do pensamento, pelas filigranas da prece, na intimidade da tua mente e do teu coração.
Utiliza essa possibilidade e vive os anos que ainda te faltam, com nobreza, sobre a Terra.

Redação do Momento Espírita.
Em 31.01.2010.

2 comentários:

  1. Oi Liane...
    Que mensagem linda para pensar e refletir...
    Onde estão nossos amores?
    Estão dentro dos nossos corações, muito mais perto do que imaginamos, dia e noite, nos fortalecendo e quando estamos sem esperança de continuar viver eles nos carregam no colo.
    Obrigada pela ajuda e fazendo o melhor para grupo.
    Te amo, bjs..

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  2. Olá Liane,
    Ótima escolha!
    Conheço esse texto maravilhoso, é um alento para o nosso coração!
    Acredito plenamente em cada palavra nele contida, sim, pois a vida continua, nossos amores vivem em uma outra dimensão. Apenas, fizeram a passagem para o Plano Superior e só um véu invisível nos separa. E essa grande certeza que tenho, de que a minha Thais está sempre ao meu lado, reconforta-me e me dá forças para continuar. É difícil, mas realmente precisamos nos esforçar para viver a vida com nobreza e mostrar às nossas queridas(os) filhas(os) que partiram, que estamos bem, que apesar da dor e da saudade, estamos tentando seguir, sobreviver, para que se orgulhem de nós. Que possamos sempre transmitir boas vibrações daqui, para que eles também possam prosseguir em paz e felizes o seu caminho no mundo espiritual.
    Força, muita força querida amiga. Estamos juntas nessa luta!
    Que Deus esteja sempre contigo!
    Um abraço apertado com muito carinho.

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