segunda-feira, 22 de abril de 2013


05 ANOS E 08 MESES SEM VOCÊ ANA CLÁUDIA




A SAUDADE

Vencido pela profunda angústia da minha mágoa despertei quando o jovem rosto da manhã adornado de luz e o mar de nuvens viageiras, me convidaram para o banquete do dia.
Levantei e percebi que não fora um pesadelo... A presença da sua ausência era a mais pura e triste realidade...
Não sei dizer ao certo se é a presença da ausência ou a ausência da presença ou, talvez seja, simplesmente, saudade...
Lá fora tudo respirava perfume e os braços do vento, carregando o pólen da vida, cantavam nos ramos do arvoredo delicada canção...
Saí a correr, tentando fugir da furna escura dos meus padecimentos.
A presença invisível do bem-amado fazia-me arder em febre de ansiedade, enquanto os pés ligeiros das horas corriam à frente impondo-me fadiga e desconforto...
Embriagado pela saudade, meu ser ansiava pela paz...
Em vão tentei exaurir as forças para livrar-me da dor, mas não lograva libertar-me do punhal da melancolia cravado no coração, e da lembrança da sua ausência...
Quando, enfim, a tarde se escondeu no longe das montanhas altaneiras, outra vez tombei em mim mesmo, extenuado e só...
Naquele momento desejei que o Todo Poderoso me dominasse com os fortes recursos da Soberana Misericórdia, livrando-me de mim mesmo...
Parecia que não mais suportaria o espinho da saudade cravado em meu peito, já dorido e exausto...
A ausência da sua presença queimava as fibras mais sutis da minha alma.
E a presença da sua ausência feria-me o coração dilacerado e só...
A noite devorou o dia e, ao escancarar a sua boca negra, mostrou a primeira estrela engastada no manto escuro, vencendo as sombras...
Minutos depois, miríades de astros brilhantes compuseram o diadema da vitória total da luz...
Só então, solitário e meditativo, compreendi como a minha canção de dor chegara ao ouvidos do Criador, que me respondeu em vibrações fulgurantes de esperanças à distância...
Só então compreendi que não há escuridão que resista a um simples raio de luz, e decidi acender a chama da esperança em minha alma.
E, só então, pude ouvir o Sublime Cancioneiro do silêncio e Suas melodias repletas de sons e paz, convidando-me a confiar em Seu infinito poder e entregar-me aos braços suaves da esperança...

*   *   *

Se o manto escuro da saudade pesa sobre os seus ombros, ilumine-se com as pérolas da oração sincera em favor do bem-amado que partiu.
Preencha a ausência da presença com a lembrança dos momentos compartilhados nas horas alegres, e confie no reencontro feliz.

*   *   *
(Redação do Momento Espírita, com base no capítulo LII do Livro Estesia, pelo Espírito Rabindranath Tagore, psicografia de Divaldo Pereira Franco, Ed. Leal- Disponível no Livro Momento Espírita, volume 1 e no CD Momento Espírita, volume 4, Ed FEP em 29.03.2010.


7 comentários:

  1. Liane querida...
    Gostei muito desta postagem para pensar e refletir sobre essa palavra saudades que não sabemos muitas vezes definir só sabemos que doi e doi muito...
    A sua ausência nos causa profunda tristeza, mas relembrar as alegrias que você gerou entre nós é como se você aqui estivesse presente."
    Amo vc e sua família.


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  2. Olá Zelinda, como você mesma diz mas reuniões do grupo; só sabe o tamanho da dor quem já passou por ela. Desculpe-me, não tive condições de participar da reunião de ontem. Beijos com carinho.

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  3. Olá!
    A ferida demora muito a fechar...mas cicatriza e deixa a marca para nos lembrarmos com sdss e carinho!
    compartilhamos a mesma dor..
    Nas minhas loucas aminhads para esquecer fiz um poema para meu filho , é o qie eu estava sentindo. se quiser poderá espiar!
    deixo o link
    http://cheirodealecrim.blogspot.com.br/2012/04/quatro-anos-sem-ti-alexandre-ouvi-teu.html

    Que Deus nos de forças para seguirmos em frente, e sendo feliz nas nossas tristezas!
    abraços!

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    1. Olá lenalima, realmente a ferida cicatriza, mas cicatriza com uma pele bemmmm fininha que com qualquer batidinha ou raspão ela sangra e volta a doer novamente como outrora. Somente Deus mesmo para nos ajudar a caminhar por esse calvário. Visitarei o seu blog sim. Obrigada pelas palavras e um abraço à você também.

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  4. Oi Liane...
    Lindo demais seu post,
    Saudade ah saudade que dói sem saber onde começa,mas sabemos que jamais termina...Abraços!!

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    1. Olá Sandra. Obrigada pelo seu comentário. Sempre perto da data mensal da partida da minha filha e ainda mais próximo ao "Dia das Mães" a saudade toca lá no fundo e me coloco a chorar. Quase todos os dias próximo das 19 hrs ouço o "Momento Espírita" e na sexta-feira quando ouvi me deu uma vontade enorme de percorrer o site e como nada acontece por acaso me deparei com esse texto que expressava exatamente o que eu estava sentindo naquele momento. O momento em que o manto escuro da saudade me cobria me apareceu esse texto como um raio de luz. Mais uma vez obrigada por sua visita em meu blog. Um forte abraço e boa noite.

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  5. Olá Liane, minha querida amiga e companheira na saudade e na dor! Esta dor, que só mães como nós, que vivemos com ela todos os dias, sabemos compreender o sofrimento de quem perde uma filha(o) querida(o), e por mais dolorido que seja precisamos aprender a conviver com ela... Esta saudade que dói no fundo de nossa alma é para o resto da nossa vida. Nada podemos fazer, além de confiar em Deus, redobrar a nossa fé e acreditar que somente Ele nos dará forças para continuar nossa jornada. Peço, que o Seu infinito amor possa ser o abraço que você precisa nos momentos de maior aflição e dor.
    Sinta o meu carinho, amiga... Muita paz!
    Beijos.

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