terça-feira, 7 de outubro de 2014

PRECE DE CÁRITAS


Deus nosso Pai.
Que sois todo poder e bondade.
Dai força àquele que passa pela provação.
Dai luz àquele que procura a verdade,
pondo no coração do homem a compaixão e a caridade.
Dai ao viajor a estrela Guia,
ao aflito a consolação,
ao doente o repouso.
 ao culpado o arrependimento,
ao espírito a verdade,
a criança o guia,
ao órfão o pai.
Que vossa bondade se estenda sobre tudo aquilo que criastes.
Piedade senhor, para aqueles que não vos conhecem.
Esperança para aqueles que sofrem.
Que a Vossa bondade permita aos espíritos consoladores, derramarem por toda parte, a paz, a esperança e a fé.
Deus,
Um raio, uma faísca do vosso amor pode abrasar a Terra.
Deixai-nos beber das fontes dessa bondade fecunda e infinita.
E todas as lágrimas secarão, todas as dores se acalmarão.
Um só coração, um só pensamento subirá até vós.
Como um grito de reconhecimento e de amor.
Como Moisés sobre a montanha nós vos esperamos com os braços abertos.
Oh! Bondade,
 Oh! Beleza,
Oh! Perfeição.
E queremos de alguma sorte merecer a vossa misericórdia.
Deus,
Dai-nos a força de ajudar o progresso a fim de subirmos até vós.
Dai-nos a caridade pura.
Dai-nos a fé e a razão.
Dai-nos a simplicidade que fará de nossas almas
O espelho onde se deve refletir a vossa imagem.

Que assim seja.



Sobre o Espírito Cárita
 Não se pode dizer quem, de fato, foi esse Espírito quando encarnado. Há quem diga, por tradição, que, no passado, esse Espírito tenha sido a figura de Irene, que foi martirizada em Roma no ano 305, quando das perseguições do Imperador Diocleciano. Canonizada por sua religião, veio a ser conhecida como Santa Irene - ela e suas irmãs foram convertidas ao Cristianismo.
Diocleciano determinou perseguição aos cristãos, e ela foi acusada de possuir "livros proibidos" e, por isso mesmo, foi condenada à fogueira, enquanto suas irmãs foram degoladas à sua frente. Como disse, é uma informação desprovida de provas, que se deve considerar apenas e tão somente como especulativa, valendo-se do fato que, na mensagem reproduzida do Espírito Cárita, estar colocado que ele (o Espírito) foi martirizado em Roma.

Sobre a Prece de Cáritas
A prece de Cáritas foi psicografada na noite de Natal, 25 de dezembro, do ano de 1873, ditada pelo Espírito Cárita. A prece de Cáritas não se encontra no livro " O Evangelho Segundo o Espiritismo”, mas ela (a prece) está no livro "Rayonnements la Vie Spirituelle", de autoria da W. Krell , que, além dessa prece, psicografou, ainda, as comunicações: "Como servir a religião espiritual" e  "A esmola espiritual".  Esse livro ainda é editado na Bélgica.

Wallace Leal V. Rodrigues, que foi um dos que traduziram a prece, se valeu da segunda edição do livro referido, editado pela Union Spirite Belga/1949. Nessa edição a palavra é CARRIT. Segundo ele, como em francês ou francês-belga não há duplo erre (RR), o nome correto para o Espírito seria Cárita. Devido ao aportuguesamento desse vocábulo, acabou por ficar Cáritas, como é mais conhecido no Brasil.
Nas traduções de O Evangelho Segundo o Espiritismo manteve-se Cárita.
 A médium, Madame W. Krell, era respeitada em sua época, tida como uma excelente médium, o que nos leva a dar crédito à prece como sendo do mesmo Espírito que ditou as mensagens que se encontram no Evangelho Segundo o Espiritismo.

 Algumas observações
 A palavra caridade é o aportuguesamento da palavra cárita, que, por sua vez deriva da palavra caritates, cujo significado é amor
Por isso encontra-se no texto contido na carta do apóstolo Paulo aos Coríntios as duas traduções: caridade e amor. "Ainda que eu falasse a língua dos homens e dos anjos, se não tivesse amor" ou, em outras traduções, "ainda que eu falasse a língua dos homens e dos anjos se não tivesse caridade”. São duas palavras cujo significado é o mesmo. Por isso caridade não é o ato material, mas o ato revestido de sentimento.
 Em função do significado da palavra Cáritas (aportuguesada) ser amor, esse nome foi utilizado por uma organização católica, de âmbito internacional, chamada Cáritas Internacional, que no Brasil se chama  Cáritas do Brasil", cuja missão é amparar as pessoas necessitadas por meio de educação, instrução e qualificação profissional.
 A primeira instituição Cáritas surgiu na Alemanha, em 1897, e o nome da instituição foi inspirado na afirmação de São Paulo: "Caritas Christus urget nos!" (2Cor 5,14). (traduzindo: “O amor de Cristo nos impulsiona”).

Veja que o nome Cáritas foi utilizado pelo Espírito e também por um órgão religioso católico, creio que ambos inspirados no significado da palavra, que é AMOR.
Com esse significado, ou seja, amor, uma das mensagens do Espírito Cárita, contida no Evangelho Segundo o Espiritismo, no capítulo XII, item 13, toma uma feição mais carinhosa, meiga e, ao mesmo tempo, de profundo significado para a beneficência.

(Texto Explicativo extraído do Site: Amigo Espírita – publicado em 27/02/2012)


segunda-feira, 22 de setembro de 2014

FUNERAL BLUES (SEM TRADUÇÃO; TAMBÉM CONHECIDA COMO: “ STOP ALL DE CLOCKS” – PARE TODOS OS RELÓGIOS) DE WYSTAN HUGH AUDEN




Pare todos os relógios, corte o telefone,
Impeça o cão de latir com um osso suculento,
Silencie os pianos e com tambor abafado,
Tragam o caixão, deixe os enlutados que venham.

Que os aviões circulem lamentando por cima das cabeças,
Rabiscando no céu a mensagem “Ele está Morto”,
Coloquem laços de crepe em volta dos pescoços brancos das pombas públicas,
Que os policiais de trânsito usem luvas pretas de algodão.

Ele era o meu Norte, meu Sul, meu Leste e Oeste,
Minha semana de trabalho e meu domingo de descanso,
Meu meio-dia, minha meia-noite, minha fala, minha canção.
Eu pensei que esse amor duraria para sempre. Eu estava errado.

As estrelas já não são necessárias; coloque fora todas elas.
Empacotem a lua e desmantelem o sol.
Despeje longe o oceano e varram a floresta;
Pois nada agora jamais poderá ser bom.


Recebi esse poema de uma amiga na dor do luto no mês passado logo após ter completado 07 anos do falecimento da minha filha Ana Cláudia.
Ela se chama Fátima Gonçalves Vianna. Conhecemos-nos em Maio de 2010 quando fomos até Uberaba no intuito de recebermos uma psicografia. Eu de minha filha e ela de seu amado filho Lucas. Encontramo-nos durante o café da manhã no mesmo hotel onde estávamos hospedadas. Contamos um pouco da nossa história e ela da dela. Trocamos os números de telefone e endereço de e-mail para correspondermo-nos. E desde aquela data temos feito isso. As vezes são longas as datas entre um e-mail e outro, entre um telefonema e outro, mas estamos sempre em sintonia de pensamentos e quando a lembrança chama atenção lá vem uma mensagem, um vídeo para assistir, um telefonema. E com esse poema não foi diferente.
Demorei um pouquinho para publicá-lo porque os meses de agosto e setembro são muito difíceis de ultrapassar com as lembranças que nos marcaram.
Na realidade peguei o texto original em inglês e o traduzi do meu ponto de vista. O que ela me passou tem uma tradução um pouco diferente mas que no final relata exatamente o significado de todos os sentimentos que tivemos e continuamos tendo verbalizados e transcritos em palavras. Também procurei saber um pouco mais sobre a vida do autor do poema, e que segue:

Wystan Hugh Auden - nascido em 21 de fevereiro de 1907, falecido em 29 de setembro de 1973 - Foi um poeta anglo-americano. Nascido na Inglaterra e mais tarde tornou-se cidadão americano.
É considerado por muitos críticos como um dos maiores escritores do século 20. Seu trabalho ficou conhecido pela sua realização estilística e técnica, tendo como compromisso as questões morais e políticas e sua variedade de tom, forma e conteúdo. Os temas centrais de sua poesia são: o amor, a política e a cidadania, religião e moral, bem como a relação entre os seres humanos únicos e anônimos.
A primeira, e menos conhecida, versão do poema, escrito e publicado em 1936, tem cinco estrofes; a versão final de 1938 tem quatro. Apenas as duas primeiras estrofes são as mesmas em ambas as versões.
Agora o texto em inglês:

Stop all de clocks, cut off  the telephone,
Prevent the dog from barking with a juicy bone,
Silence the pianos and with muffled drum,
Bring out the coffin, let the mourners come.

Let airplanes circle moaning overhead,
Scribbling on the sky the message “He is Dead”.
Put crepe bows round the white necks of the public doves,
Let the traffic policemen wear black cotton gloves.

He was my North, my South, my East and West,
My working week and my Sunday rest,
My noon, my midnight, my talk, my song.
I thought that love would last for ever. I was wrong.

The stars are not wanted now; put out every one.
Pack up the moon and dismantle the sun.
Pour away the ocean and sweep up the wood.
For nothing now can ever come to any good.







domingo, 31 de agosto de 2014

UMA PRECE ÁRABE


A exato um mês recebi um comentário em uma das minhas postagens de um anônimo. Neste, me solicitava a postagem de um dos textos com o título "Uma Prece". Existem vários textos com esse título, mas o que eu acredito que mais se encaixa ao comentário é esse intitulado acima. E que segue:




Deus, não consintas que eu seja o carrasco que sangra as ovelhas, nem uma ovelha nas mãos dos algozes.
Ajuda-me a dizer sempre a verdade na presença dos fortes, e jamais dizer mentiras para ganhar os aplausos dos fracos.
Meu Deus, se me deres a fortuna, não me tires a felicidade; se me deres a força, não me tires a sensatez; se me for dado prosperar, não permita que eu perca a modéstia, conservando apenas o orgulho da dignidade.
Ajuda-me a apreciar o outro lado das coisas, para não acusar meus adversários com mais severidade do que a mim mesmo.
Não me deixes ser atingido pela ilusão da glória, quando bem sucedido, e nem pelo desespero, quando derrotado. Lembra-me que a experiência de uma queda poderá proporcionar uma visão diferente do mundo.
Ó Deus!
Faze-me sentir que o perdão demonstra força, e que a vingança é prova de fraqueza.
Se me tirares a fortuna, deixe-me a esperança.
Se me faltar à saúde, conforta-me com a graça da fé.
E quando me ferir a ingratidão e a incompreensão dos meus semelhantes, cria em minha alma a força da desculpa e do perdão.
Finalmente Senhor, se eu Te esquecer,  Te rogo que nunca Te esqueças de mim.

(Traduzida por Seme Draibe)

*Agradeço à você anônimo por me ajudar a continuar nessa batalha da vida. Caso não seja esta oração que querias ler, aguardo seu novo comentário e postarei mais as que tenho aqui comigo. Um abraço carinhoso.

sexta-feira, 22 de agosto de 2014

ANA CLÁUDIA CARON - 07 ANOS DE SAUDADE




AUSÊNCIA E SAUDADE
Tenho suportado sua ausência minha filha como quem estando viva, já morreu.
Suporto em silêncio essa pesada cruz da tua ausência.
É também saudade que maltrata, que machuca, que dói sem se saber direito onde.
E que chega de repente, sem avisar.
É a sua ausência com um doer contínuo e latejante, ferida profunda que ninguém vê.
É sangue que escorre por dentro.
É um turbilhão de sentimentos que se misturam.
É um pensar constante nesse vazio que ficou em meu coração.
Sem você meu mundo ficou sem cor.
Não consigo sonhar, não reconheço mais o brilho das estrelas e da lua, as cores do arco-íris, o calor do sol. Eterno inverno em meu coração.
Ahhh...minha filha. Que vazio é esse que em mim ficou.
Sua ausência me faz falida de alegria e esperança.
Minha alma está perturbada e abatida.
Saudade e lembranças foram tudo o que me restou.
Quanto seria eu feliz com você aqui do meu lado.
Quando a noite começa e o relógio se apressa para repousarmos me vejo beijando sua foto e lhe dando boa noite indo de encontro com aquele teu sorriso e aquele teu olhar.
Desejo em todas essas noites em sonho poder te encontrar. E quem me dera se em um desses sonhos nunca mais despertar.
TE AMO MINHA FILHA. TE AMO ANA CLÁUDIA.
HOJE E SEMPRE.
ETERNAMENTE.


quinta-feira, 13 de fevereiro de 2014

ESTAMOS PASSANDO PELA MAIS DIFÍCIL DAS MUDANÇAS




Olá pessoas queridas do meu coração. Estou meio sumida das chamadas “redes sociais” por  algum tempo e já que fiz grandes amizades virtuais e também me correspondo com minhas amizades e parentes não virtuais através destas redes devo-lhes uma satisfação do meu afastamento.
Sinto falta de me corresponder com todos, mas estou passando por uma fase de mudança. Não está sendo nada fácil, pois além do desgaste físico o desgaste emocional também estava e ainda está me consumindo.
Sempre achei que a mudança da casa dos pais para viver com outra pessoa após o casamento era a mais dolorida, pois você está abandonando a sua fase adolescente e muitas vezes até infantil que você tinha com seus pais para a sua fase adulta, de mulher casada e com novas responsabilidades pela frente. Mas não...
 Sei que muitas pessoas que vivem pagando aluguel do local onde moram talvez não tenham esse apego ao material, mas que de alguma forma deram pedacinhos seus para decorar suas casas temporárias com detalhes particulares da família. Que só quem vive nessa casa entende o porquê disso ou o porquê daquilo.
Bem, onde quero chegar é o seguinte: - Estou me mudando após 12 anos de termos construído o que chamávamos  “A casa dos nossos sonhos”. Dos quais 06 anos foram com a família completa. Uma casa onde pensamos em todos os detalhes do que queríamos e precisávamos. Nos quartos para cada uma das meninas e é claro também um extra para as visitas que aqui ficavam.
Muitas alegrias, festas de aniversários, Natais; os quais gostávamos de ver a casa cheia com as famílias do lado do meu marido e do meu. A entrega dos presentes pelo Papai Noel (que era com frequência um primo do meu marido que encarava a personificação do querido e bom velhinho).
As crianças pequenas com seus olhares brilhantes e fascinadas por verem em carne e osso o tão querido Papai Noel que nunca se esquece de ninguém.
Em seguida a grande ceia partilhada com todos ao som de músicas natalinas e uma oração de agradecimento, geralmente feita pela minha mãe (a matriarca das famílias e a mais idosa entre todos) e logo em seguida o meu breve discurso e um discurso acalorado e cheio de sentimento e algumas “doses” é claro do meu digníssimo marido. Mas a alegria era total. Varávamos a madrugada. E no outro dia como imagino que seja assim em todas as famílias, tínhamos a tradicional comida francesa “Restô Dontê”.
E como também de praxe na maioria das famílias íamos ver a entrada do novo ano no litoral.
E de repente... em 21 de agosto de 2007 a desgraça bateu à nossa porta. Palavra pesada, mas que simboliza bem a perda de uma filha para uma mãe, pai, irmã, irmãos, avó, tios, tias, primas, primos, enfim à todos os parentes.
Apesar do sol brilhando lá fora nossos dias se tornaram cinzas, os sentimentos de alegrias em tristezas, dor e revolta com o mundo e com Deus.
Se passaram muitos e muitos dias com a vontade de ir embora junto com a minha menina. Tão cheia de sonhos, vontades e beleza. No auge da sua juventude. 18 anos vividos e faltando 15 dias para chegar aos seus 19 anos. Tão bela tão cheia de vida tão cheia de amor, tinha pressa em viver e eu mal sabia o por que. Sua passagem por nossas vidas foi tão breve e tão intensa, ah meu Deus, que saudade, que dor no peito ao pensar e escrever o que me vem à mente, ah meu Deus, daí-me forças para continuar...
São tantas as lembranças que agora me vêm à mente que seria capaz de escrever um livro. Mas o que quero dizer-lhes e que está sendo muito difícil me desapegar de tudo o que fizemos aqui para transformarmos essa casa em um lar. As lembranças são muitas e em todos os cômodos da casa. Em cada lugar por onde ando por aqui vejo o meu passado com ela. Os pulos que ela dava na minha cama justamente quando eu estava arrumando a colcha pela manhã e me puxava junto com ela, as vezes que rolávamos pelo tapete da sala ou até mesmo no chão da cozinha, fazendo cócegas uma na outra, quanta saudade... De sentir seu corpo, seu cheiro, sua voz, suas gargalhadas...
Ainda tenho muita coisa guardada e que sei que não poderei levar comigo, por isso tenho aproveitado cada minuto em que fico sozinha mexendo nos nossos pertences, sem pressa, revendo e guardando na memória nossos bons momentos vividos aqui. Não sei quando retornarei para dar-lhes notícias, mas gostaria que soubessem que estão sempre nos meus pensamentos e no meu coração também. Agradeço a quem me ligou e eu não estava presente para atender, a quem me ligou e conseguimos conversar, a todas que me deixaram e continuam deixando seus recadinhos em minha página do Facebook, aos comentários deixados em meu Blog e as muitas mensagens que me enviam por e-mail. Meu muito obrigada a todas(os), pois minha força vêm de vocês para seguir nessa caminhada. Mas essa etapa da minha vida pertence somente a mim e foi dessa forma que resolvi encará-la e enfrentá-la. Beijos a todas(os) com o meu sincero carinho,

Liane.