quinta-feira, 28 de junho de 2012


MORTE...E A DOR DA PERDA


 Morte. A palavra, por si só, já carrega um peso. É a única certeza que temos na vida, a de que todos morreremos um dia. Mas é difícil se preparar para perder alguém. Algumas almas elevadas conseguem lidar bem com as perdas, mas acredito que a grande maioria das pessoas não está pronta para ver arrancado de sua vida alguém que ama. Sentimos uma saudade diferente. É uma saudade amarrada pela certeza de que nunca vai passar. É uma saudade que nos acompanha até encontrarmos o nosso fim. Apenas nos acostumamos a conviver com a ausência, mas não esquecemos, não deixamos de sentir falta… as memórias permanecem, o peito aperta em cada lembrança, e só o tempo mesmo para acalmar o coração…
A compreensão da morte vai depender da crença religiosa de cada um. Cada um interpreta o ato de morrer de uma forma diferente. Para alguns, voltaremos em uma nova encarnação; para outros, ali acaba a vida. Teorias não faltam para tentar explicar a morte… Mas o fato é que é difícil perder alguém.Um vazio parece invadir o peito, a sensação de que você não está vivendo aquilo, uma vontade de que seja tudo um sonho, um desespero que não se consegue explicar… O descontrole inicial passa, e você cai na real: a pessoa já não está em sua vida, não daquele jeito  que você estava acostumado...
Aquela rotina que vocês cumpriam já não existe. Você sempre espera a pessoa chegar naquela hora de costume, mas ninguém bate à porta… No horário do telefonema, ele simplesmente não toca… Ouvir a voz dando bom-dia, ouvir a voz falando qualquer coisa… As fotos trazem lágrimas, você pensa que poderia ter feito tanta coisa a mais, pensa que poderia ter falado tanto mais, pensa que poderia ter feito algo diferente, ainda que não tenha feito nada de errado… Enfrentar a morte é um processo que exige tempo para que consigamos lidar melhor com a situação, com a ausência em si… Eu perdi alguém. E eu nunca havia pensado no quanto dói perder alguém.
Mas a vida segue seu rumo, impiedosa. Os dias continuam passando a cada 24 horas e o resto de sua vida caminha a passos largos, ainda que você precise dar um tempo de tudo. Só que hoje, não temos tempo nem para o luto. Não que ninguém deva se entregar à dor e lá ficar. Não é isso… A questão é que é impossível exigir que funcionemos como se nada tivesse acontecido. É impossível desvincular o emocional das nossas rotinas diárias. Mas a nossa sociedade apressada não quer saber disso. Não temos mais tempo para chorar. Ou então choraremos a caminho de algum lugar, ou enquanto executamos alguma atividade…
A fase de luto não é fácil. Dói, machuca… e machuca muito. Nossas lembranças se viram contra nós, porque trazem à tona muitas das imagens que gostaríamos de esquecer. O mundo não para, os segundos correm, o tempo passa… Sinto falta de termos mais tempo pra gente. Sinto falta de termos tempo pra ficar em casa vendo sessão da tarde e comendo pipoca… Porque um dia nós é que vamos morrer… e a perda me fez pensar no quanto é importante se preocupar com o que você anda fazendo da sua vida… Eu queria poder ter mais tempo pra chorar.
As lágrimas ainda caem, mas o riso já estampa meu rosto, em homenagem aos que se foram… Um dia seremos cada um de nós, deixando esse mundo. Mas enquanto eu estiver nele, escolhi que vou fazer o melhor para ser feliz e viver.  Toda perda nos faz refletir… Eu quero aproveitar cada momento que eu posso ter ao lado das pessoas que amo. Quero aproveitar cada segundo ao lado delas… Chorarei pela perda de cada um que amo, mas farei brilhar no rosto um riso, por ter podido compartilhar tudo o que foi possível enquanto estavam ao meu lado.
(Por Alane Virgínia em 25/04/2009 – Modificado por Liane Taborda Caron)

sexta-feira, 22 de junho de 2012

HOJE 04 ANOS E 10 MESES SEM A PRESENÇA DA MINHA FILHA ANA CLÁUDIA.



"Saudade é não saber. Não saber o que fazer com os dias que ficaram mais compridos, não saber como encontrar tarefas que lhe cessem o pensamento, não saber como frear as lágrimas diante de uma música, não saber como vencer a dor de um silêncio que nada preenche."
(Martha Medeiros)
Te amo Ana Cláudia, eternamente te amo minha filha.

quarta-feira, 20 de junho de 2012


APRENDI...E AINDA CONTINUO APRENDENDO.
Que a melhor escola do mundo está nos pés dos mais velhos.

Aprendi.... Que quando se está apaixonado não dá para esconder.
Aprendi.... Que se apenas uma pessoa me disser "Você me fez ganhar o dia!", o meu dia está ganho. 
Aprendi.... Que ter uma criança adormecendo em meus braços é uma das maiores sensações de paz do mundo.
Aprendi.... Que ser generoso é mais importante do que estar certo.

Aprendi.... Que nunca se deve dizer "não" ao presente de uma criança.
Aprendi.... Que eu sempre posso rezar por uma pessoa quando não tenho condições de ajudá-la de outra forma.
Aprendi.... Que não importa quão sério a vida me obrigue ser, todo mundo precisa de um amigo para brincar.
Aprendi.... Que às vezes tudo que uma pessoa precisa é uma mão para segurar e um coração para entendê-la. 

Aprendi.... Que umas simples voltas no quarteirão com meu pai, nas noites quentes de verão, quando eu era criança fez maravilhas em mim quando fiquei adulto.
Aprendi.... Que a vida é como um rolo de papel-higiênico. Quanto mais perto do fim, mais depressa passa.
Aprendi.... Que devemos estar contentes por Deus não nos ter dado tudo que pedimos. 
Aprendi.... Que o dinheiro não compra a elegância.

Aprendi.... Que são aqueles pequenos acontecimentos diários que fazem a vida tão espetacular.
Aprendi... Que debaixo de uma couraça tem sempre alguém precisando de reconhecimento e amor.
Aprendi.... Que Deus não fez tudo em um dia. O que me faz achar que eu posso?
Aprendi.... Que ignorar os fatos não muda a importância deles.

Aprendi.... Que quando se quer ficar "quites" com alguém, apenas estamos deixando que aquela pessoa nos fira de novo. 
Aprendi.... Que o amor, e não o tempo, cura todas as feridas.
Aprendi.... Que o jeito mais fácil de crescer como pessoa é me cercar de pessoas melhores que eu. 
Aprendi.... Que todas as pessoas que encontramos merecem ser recebidas com um sorriso.

Aprendi.... Que não há nada mais doce do que dormir com os filhos e sentir a respiração deles no rosto.
Aprendi.... Que ninguém é perfeito até que eu me apaixone. 
Aprendi.... Que a vida é dura, mas que eu sou mais duro.
Aprendi.... Que as oportunidade não se perdem; alguém vai pegar as que eu perdi.

Aprendi.... Que quando se cultiva tristezas, a felicidade vai bater noutro lugar.
Aprendi.... Que eu gostaria de ter dito mais uma vez a meu pai que eu o amo antes dele morrer. 
Aprendi.... Que se deve usar palavras suaves e macias porque, talvez amanhã, tenhamos que engoli-las. 
Aprendi.... Que um sorriso é a forma mais barata para se melhorar o visual. 
Aprendi.... Que não posso escolher como me sinto, mas que posso escolher como reagir a isto. 

Aprendi.... Que quando seu bebê segura forte seu dedo mindinho, que você foi fisgado para a vida toda.
Aprendi.... Que todo mundo quer viver no topo da montanha, mas que toda a felicidade e o crescimento está na escalada dela.
Aprendi.... Que é melhor dar conselho somente em duas circunstâncias; quando for pedido e quando for uma questão de vida ou morte.
Aprendi.... Que quanto menos tempo eu gastar fazendo uma coisa, mais coisas eu faço.

Maktub
1704 (Rivalcir Liberato)

domingo, 10 de junho de 2012

VENCENDO O DESÂNIMO 


O grande carro de luxo parou diante do pequeno escritório à entrada do cemitério e o chofer, uniformizado, dirigiu-se ao vigia.
- Você pode acompanhar-me, por favor? É que minha patroa está doente e não pode andar, explicou. Quer ter a bondade de vir falar com ela?

Uma senhora de idade, cujos olhos fundos não podiam ocultar o profundo sofrimento, esperava no carro.

- Sou a Sra. Adams, disse-lhe. - nestes últimos dois anos mandei-lhe cinco dólares por semana...

- Para as flores, lembrou o vigia. 

- Justamente. Para que fossem colocadas na sepultura de meu filho.

- Vim aqui hoje, disse um tanto consternada, porque os médicos me avisaram que tenho pouco tempo de vida. Então quis vir até aqui para uma última visita e para lhe agradecer.


O funcionário teve um momento de hesitação, mas depois falou com delicadeza:

- Sabe, minha senhora, eu sempre lamentei que continuasse mandando o dinheiro para as flores...

- Como assim? Perguntou a dama. 

- É que... a senhora sabe... as flores duram tão pouco tempo... 
- E afinal, aqui, ninguém vê... 
- O senhor sabe o que está dizendo? Retrucou a senhora Adams. 
- Sei, sim senhora. Pertenço a uma associação de serviço social, cujos membros visitam os hospitais e os asilos.

- Lá, sim, é que as flores fazem muita falta... 

- Os internados podem vê-las e apreciar seu perfume.

A senhora deixou-se ficar em silêncio por alguns segundos. Depois, sem dizer uma palavra, fez um sinal ao chofer para que partissem.


Meses depois, o vigia foi surpreendido por outra visita. Duplamente surpreendido porque, desta vez, era a própria senhora que vinha guiando o carro.


- Agora eu mesma levo as flores aos doentes, explicou-lhe, com um sorriso amável. 

- O senhor tem razão. Os enfermos ficam radiantes e fazem com que eu me sinta feliz. 
- Os médicos não sabem a razão da minha cura, mas eu sei. 
- É que reencontrei motivos para viver. Não esqueci meu filho, pelo contrário, dou as flores em seu nome e isso me dá forças.

A Sra. Adams descobrira o que quase todos não ignoramos mas muitas vezes esquecemos. Auxiliando os outros, conseguira auxiliar-se a si própria.




Maktub 2465 (A palavra Maktub quer dizer "carta" em árabe, contudo foi traduzida como "está escrito" pelo escritor. É uma coletânea de histórias, palavras, crônicas e outras, publicados diariamente em jornais entre os anos de 1993 e 1994. É um livro com base em histórias e fatos de várias culturas e partes do mundo, tratando-se não de um livro de conselhos, mas de um resumo de filosofia de vida de diversos povos). Rivalcir Liberato.


quarta-feira, 6 de junho de 2012

DESIDERATA


Siga tranqüilamente entre a inquietude e a pressa, lembrando-se de que há sempre paz no silêncio. Tanto quanto possível sem humilhar-se, mantenha-se em harmonia com todos que o cercam.


Fale a sua verdade, clara e mansamente.


Escute a verdade dos outros, pois eles também têm a sua própria história. 


Evite as pessoas agitadas e agressivas: elas afligem o nosso espírito.


Não se compare aos demais, olhando as pessoas como superiores ou inferiores a você: isso o tornaria superficial e amargo. 


Viva intensamente os seus ideais e o que você já conseguiu realizar.


Mantenha o interesse no seu trabalho, por mais humilde que seja, ele é um verdadeiro tesouro na contínua mudança dos tempos. 


Seja prudente em tudo o que fizer, porque o mundo está cheio de armadilhas. Mas não fique cego para o bem que sempre existe. Em toda parte, a vida está cheia de heroísmo. 


Seja você mesmo. Sobretudo, não simule afeição e não transforme o amor numa brincadeira, pois, no meio de tanta aridez, ele é perene como a relva. 


Aceite, com carinho, o conselho dos mais velhos e seja compreensivo com os impulsos inovadores da juventude. 


Cultive a força do espírito e você estará preparado para enfrentar as surpresas da sorte adversa. Não se desespere com perigos imaginários: muitos temores têm sua origem no cansaço e na solidão.


Ao lado de uma sadia disciplina conserve, para consigo mesmo, uma imensa bondade. Você é filho do universo, irmão das estrelas e árvores, você merece estar aqui e, mesmo se você não pode perceber, a terra e o universo vão cumprindo o seu destino. Portanto, esteja em paz com Deus, qualquer que seja sua forma de concebê-lo. E sejam quais forem sua lida e suas aspirações, na barulhenta confusão da vida, conserve, no mais profundo do seu ser, a harmonia e a paz. 


Com todos os enganos, penas e sonhos desfeitos, este é ainda um mundo maravilhoso. 


Caminhe com cuidado, faça tudo para ser feliz e partilhe com os outros a sua felicidade. 



(Desiderata - do Latim Desideratu: Aquilo que se deseja, aspiração. Autoria: Max Ehrmann - Os poemas filosóficos em prosa Uma Prece e Desiderata são considerados as obras-primas de Max Ehrmann. Entretanto, foi Desiderata, escrito em 1927, quando ele tinha 55 anos, que tornou-se mundialmente conhecido. O poema trata de como podemos alcançar a felicidade nesta vida). Max Ehrmann (1872-1945).